sábado, 3 de novembro de 2007

MARGINAL (pseudo título)

Sou uma marginal. Sempre fui. Desde criança.

Quando criança, brincar de bonecas não me atraia. E detestava brincar com meninas choronas. Gostava de subir no meu pé de goiaba. De lá, pelo galho mais alto, subia no telhado da minha casa. E ficava em pé admirando o mundo. Eu tinha uma certa mania de superioridade. Quando meu pai derrubou a goiabeira senti que ele derrubava o meu ego junto: quando eu iria ver o mundo do alto novamente? (Nunca mais, até hoje, 35 anos depois...)

Quando fui pra escola, não tinha amigos. Não me habituei a tê-los. Minha mãe, sempre muito severa, jamais havia permitido que eu fosse brincar em casa de alguém ou que alguém viesse em minha casa. Briacar na rua?? Nem em sonho! Então, aprendi a ser sozinha. Na hora da entrada da escola, ficava vendo os outros brincarem e participava quando era chamada. No recreio, a mesma coisa. Mas, isso nunca me importou. Eu acho até que eu gostava de ser sozinha. A solidão me privava do compromisso e das obrigações com outras crianças como por exemplo: Eu odiava quando alguma menina queria ir ao banheiro e me chamava pra ir junto; a menos que eu estivesse com de vontade ir ao banheiro, claro! Detestava quando um dia brincava com uma menina e se no outro eu não fizesse o mesmo, ela virasse a cara pra mim! Por essas e outras, passei o primário todo (primário: da primeira à quarta série!) sozinha. E feliz, diga-se de passagem!

Então, quando fui para o ginásio (ginásio: da quinta à oitava série!) as coisas mudaram. Era o ano de 1976. A minha escola recebia alunos do meu bairro e de um bairro vizinho que não pertencia à mesma cidade. Mas, naquele ano foi aberta uma nova escola nesse bairro e grande parte dos alunos foram pra lá. Resultado: muitas amizades acabaram se desfazendo. E, numa dessas, a minha melhor amiga de infância entrou na minha vida. Acho que os melhores amigos dela foram todos pra escola nova. Não sei. Não me lembro. Estudamos juntas o primário todo, na mesma sala, mas nunca prestei atenção nela. Nem em ninguém. Então, na hora do recreio, começamos a conversar bobagens e nos tornamos grandes amigas pelos anos seguintes. Fizemos juntas o ginásio. Na quinta e sexta série estudávamos à tarde. Na sétima e oitava estadávamos à noite. A sétima não caímos na mesma sala... Que pena... Mas, isso não abalou a nossa amizade. Fomos para o colégio. No primeiro ano, nos separamos novamente. Nos 2 últimos, juntas outra vez. Saímos do colégio, fomos procurar emprego juntas. Arranjei emprego primeiro (uma droga de emprego!). E continuamos amigas inseparáveis por mais alguns anos. Até que, alguns anos depois conheci meu então ex-marido. Ai... já dá pra imaginar... A gente fica muito imbecilizado quando se apaixona: esquece os amigos, os conselhos dos pais, deixa de ouvir a própria voz interior (que sempre sabe das coisas!).

PUTZ!!!!!! Viajei nesse post!!! Não era pra eu falar nada disso! Minha idéia pra esse post era outra! Ia falar do meu lado marginal!!!!

Mas, se eu me desviei pra outro assunto, é porque talvez fosse necessário lembrar certas passagens da minha vida...

Agora que já lembrei... Vou publicar esse post ... e fazer outro!

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